quinta-feira, 27 de maio de 2010
União Europeia: Entrada de Portugal
Hino
terça-feira, 25 de maio de 2010
Lenda das Esporas Douradas
Portugal na UE e Bandeira da UE
A bandeira da Europa além de simbolizar a União Europeia representa também a unidade e a identidade da Europa.
O círculo de estrelas douradas representa a solidariedade e a harmonia entre os povos da Europa.
As estrelas são doze porque tradicionalmente este número constitui um símbolo de perfeição, plenitude e unidade.
Assim, a bandeira manter-se-á inalterada, independentemente dos futuros alargamentos da UE.
sexta-feira, 21 de maio de 2010
Países da UE
União Europeia- História
terça-feira, 27 de abril de 2010
Entrevista 25 de Abril
– Qual era a base da alimentação?
Batata, pão, arroz, carne de porco.
-Onde eram feitas as compras?
No pequeno comércio local (mercearias e talhos).
-Preços?
kg arroz-1$00.
kg batatas- $50.
kg carne de porco - 3$50.
Moda
– Onde se comprava a roupa?
Nas feiras, no entanto a maior parte era encomendada e feita nos alfaiates e modistas.
- Quanto durava um casaco? E um par de sapatos?
6 a 10 anos. 6 anos sapato fino e 1 ano ou 2 o sapato ou bota de todos os dias.
- Quem ditava a moda?
Os visionários e os ricos.
Namoros
– Como se namorava?
À janela e ao fim-de-semana.
- Diferenças entre a vida dos rapazes e raparigas?
Os rapazes faziam a vida de campo, as raparigas as lides domésticas.
- Quais eram os divertimentos?
Jogo da bola para os rapazes, o do ringue ou mata e macaca para as raparigas.
Saúde
– Onde se ia quando se ficava doente?
Ao médico e tomavam-se medicamentos caseiros - caldo de galinha que nunca fez mal a ninguém e chás de diversos tipos com diversas finalidades.
- Vacinas?
Tétano e tuberculose.
- Mais ou menos doenças?
Mais doenças.
Escola
– Como era a escola?
rapazes para um lado raparigas para outro- a partir de 1967 já era obrigatória.
- Como eram os professores? Como castigavam?
Regra geral carrancudos e mal-humorados. Batiam com régua e vara muitas vezes sem razão aparente.
- O que era preciso para passar de ano?
Ter boa nota e ficar bem no exame.
- Quem seguia os estudos?
Quem podia e quem trabalhava, e os que tinham muita vontade de aprender.
- Eram da Mocidade portuguesa? Como era?
A maior parte nem sabia o que era a mocidade portuguesa.
A mocidade e um conjunto de moços e moças só nos tempos próximos do 25 de Abril de 1974 se começou a falar na Mocidade Portuguesa como organização política, a semelhança da PIDE.
Tempos livres
– Tinham férias? Onde iam de férias?
As férias são uma modernice.
- Tinham fins-de-semana?
Sim principalmente o domingo era sagrado.
-O que costumavam fazer?
Ir à missa no domingo e à catequese no sábado.
Transportes
– Como iam para o emprego?
A pé ou de autocarro sendo que os mesmos eram como hoje são no Afeganistão, Índia ou países do 3º mundo.
-Como eram os transportes?
Lentos e caducos.
Emprego
– Tinham subsídios?
Nada, só ganhava quem trabalhava
-Tinham assistência?
Nada, não havia assistência no trabalho nem na saúde.
-Com que idade começaram a trabalhar?
Os mais "fortinhos" a partir dos 10 anos.
-Alguém emigrou? Para onde e porquê?
Muitos, França e Alemanha principalmente à procura de melhores condições de vida
Guerra
– Alguém foi à Guerra?
À guerra alguns (muitos) mas, para o serviço militar obrigatório quase todos os homens a partir dos 18 anos
Comunicação social
– Como sabiam o que se passava no país e no mundo?
Não sabiam. As poucas informações apareciam pela rádio que funcionava mal e durante poucas horas diárias.
- Notavam que havia censura?
Sim havia os bufos da PIDE que calavam quase todos.
25 de Abril de 1974
-Como foi viver o 25 de Abril de 1974
Uma calamidade que se transformou na catástrofe que hoje vivemos, principalmente com a descolonização mal feita e a mas horas.
-Como sentiram o dia 25 de Abril?
Com alguma euforia e desconhecimento quase total do que aconteceu, ainda hoje é muito controverso.
-O que mudou?
Quase tudo e nada, quase tudo para o mal- falta de valores, falta de palavra, falta de atitude
apenas a liberdade se transformou na libertinagem que hoje vivemos, bastando atentar nos jornais diários - roubos, mortes, crimes familiares, ...
Manuel António Reboredo Simões
Alfândega da Fé
segunda-feira, 26 de abril de 2010
segunda-feira, 22 de março de 2010
HIROHITO: JAPÃO
Imperador da milenar monarquia japonesa nascido no palácio Aoyama, em Tóquio, responsável pela readaptação do Japão aos novos tempos depois da derrota militar na segunda guerra mundial. Recebeu educação adequada a sua realeza e desde muito jovem mostrou grande interesse pela biologia marinha. Ao regressar de viagem à Europa (1921), foi nomeado príncipe regente quando seu pai, o imperador Taisho, abdicou. Foi coroado imperador (1926) subiu ao trono imperial com poderes nominalmente absolutos, mas na prática, sob o autoritarismo dos militares. Foi assim que declarou guerra aos Estados Unidos após o covarde ataque a Pearl Harbor (1941). Quatro anos depois capitulava, após a explosão das bombas atômicas lançadas sobre as cidades de Hiroxima e Nagasaki, em 6 e 9 de agosto (1945). Derrotado aceitou sem resistência o regime de monarquia constitucional imposto pelos vencedores, apesar da opinião contrária de alguns nacionalistas. A partir de então, partiu para a ruptura com algumas tradições demasiadamente rígidas, e dar exemplos a seus súditos, visando o caminho da recuperação e modernização que levou o país a se tornar uma das grandes potências econômicas mundial. Morreu em Tóquio, e foi sucedido pelo filho Akihito.
FICHA DE OBSERVAÇÃO DO FILME: A VIDA É BELA
1. TÍTULO: "A Vida é Bela" (La Vita e Bella)
2. REALIZADOR: Roberto Benigni
3. GÉNERO: Comédia Dramática
4. ACTORES PRINCIPAIS: Roberto Benigni, Nicoletta Braschi, Giorgio Cantarini, Giustino Durano, Sergio Bini Bustric, Marisa Paredes, Horst Buchholz, Amerigo Fontani, Pietro De Silva e Francesco Guzzo.
O FILME:
5. PERSONAGENS PRINCIPAIS DO FILME: Guido Orefice, Dora, Giosué Orefice, Tio de Guido, Ferruccio Papini, Mãe de Dora, Dr. Lessing, Rodolfo, Bartolomeo, Vittorino.
6. TEMPO DA ACÇÃO: Durante a 2ª Guerra Mundial
7. ESPAÇO DA ACÇÃO: Em Itália no ano de 1939
8. TEMÁTICA: 2ª Guerra Mundial
9. RESUMO DO FILME: Na Itália de 1939, Guido Orefice (Roberto Benigni) muda-se para a cidade de Arezzo para aí abrir uma livraria. Fica maravilhado pelo primeira mulher com que se cruza, uma professora chamada Dora (Nicoletta Braschi), com a qual se vai encontrando das formas mais invulgares, primeiro casualmente, depois propositadamente. O regime fascista vai interromper a harmonia que entretanto se instala na vida de Guido, judeu, que é levado com o filho para um campo de concentração. Determinado a poupar o pequeno Giosué (Giorgio Cantarini) ao horror da situação, elabora uma complicada justificação, que vai adaptando à medida das necessidades, e que consiste sumariamente em convencê-lo que se trata tudo de uma brincadeira, e que os soldados Alemães estão apenas a fazer o papel de pessoas que gritam muito e são muito maus.
10. A MINHA OPINIÃO SOBRE O FILME: Eu penso que o filme " A Vida é Bela", retrata de uma forma simples, e por vezes cómica, o modo como o fascismo imperava na europa na altura da 2ª Guerra Mundial, e que levaram a que os judeu fossem presseguidos e maltratados quer nos campos de concentração quer na sociedade em geral.
quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010
António Salazar
António de Oliveira Salazar, nascido a 28 de Abril de 1889, em Santa Comba Dão e falecido a 27 de Julho de 1970, descendente de uma família proprietária de pequenos campos agricolas, teve uma educação fortemente marcada pelo Catolicismo, que desta forma até chegou a frequentar um seminário, e mais tarde estudante da Universidade de Coimbra, onde anos mais tarde veio a ser professor de Economia Política.
A sua iniciação à carreira política foi como deputado católico em 1921.
Já em ditadura militar, Salazar foi nomeado Ministro das Finanças (cargo que apenas exerceu durante 4 dias) demitindo-se assim devido a que não lhe foram dados todos os direitos que exigia… mas quando Óscar Carmona chegou a Presidente da República, Salazar regressou às Finanças, agora com todas as condições exigidas.
O sucesso obtido na pasta das Finanças tornou-o, em 1932, chefe de Governo. Em 1933, com a aprovação da nova Constituição, formou-se o Estado novo.
As graves perturbações verificadas nos anos 20 e 30 nos países da Europa Ocidental levaram Salazar a adoptar severas medidas severas contra os que tinham coragem para discordar da orientação do Estado novo.
Ao nível de relações internacionais, conseguiu assegurar a neutralidade de Portugal na Guerra Civil de Espanha e na II Guerra Mundial.
Salazar é afastado do governo em 1968 por motivo de doença, sendo substituído por Marcelo Caetano. Após isto, acabou por falecer em Lisboa, a 27 de Julho de 1970.
Francisco Franco
Oficial de infantaria, Francisco Franco começou a ganhar fama em campanhas na África, onde se destacou pela frieza em combate. Em 1923, no Marrocos, com o posto de tenente-coronel, assumiu o comando da Legião Espanhola. E, aos 34 anos, foi promovido a general de brigada. Entre 1928 e 1931, dirigiu a Academia Militar de Saragoça. Com a criação da República Espanhola, em 1931, foi afastado de cargos de responsabilidade. Mas, em 1933, a eleição de um governo de direita o recolocou em altos cargos do exército. Foi o mentor da brutal repressão à Revolução das Astúrias (1934) com tropas da Legião e, no ano seguinte, foi nomeado chefe do Estado-Maior Central. Em 1936, o governo da Frente Popular o enviou para as Ilhas Canárias. Nas eleições desse ano na Espanha, os partidos de esquerda que formavam a Frente Popular saíram vitoriosos. Opositores de direita, com articulação e liderança de Franco, executaram um golpe de Estado, com apoio de diversas regiões do país. A maioria das grandes cidades e regiões industriais, por sua vez, permaneceu fiel ao governo republicano de esquerda. Com o país dividido, iniciou-se a Guerra Civil Espanhola. Os golpistas passaram a receber ajuda da Itália fascista e da Alemanha nazista que, assim, transformaram a Espanha num local de teste para seus novos armamentos. O início da participação nazista na Guerra Civil Espanhola ocorreu em Guernica, capital da província basca, uma pequena cidade considerada símbolo da liberdade desse povo. Numa segunda-feira, 26 de abril de 1937, a cidade foi bombardeada pelos aviões alemães da Legião Condor, colocada à disposição das forças de Franco. O ataque nazista provocou a destruição total de Guernica. Naquele mesmo mês, Franco uniu os partidos de direita e, em janeiro de 1938, se tornou chefe de Estado e do governo. O ditador eliminou toda a resistência militar a seu governo em 1939, porém, prosseguiu com a repressão, a tortura e os fuzilamentos. O franquismo foi um sistema político repressivo e autoritário. Até livros foram queimados. Todos os partidos políticos e reuniões (de palestras a passeatas) eram proibidos. Franco manteve-se neutro na Segunda Guerra Mundial, embora próximo dos governos nazifascistas da Alemanha e da Itália. Apesar de isolado pela vitória dos Aliados, consolidou seu poder no país. Devido à Guerra Fria, estabeleceu relações diplomáticas com os Estados Unidos e seu governo foi reconhecido pelas Nações Unidas em 1955. Em 1966, Franco criou a Lei Orgânica do Estado (Constituição), na qual previa a volta da Monarquia. Após a morte do ditador, em 1975, o príncipe Juan Carlos subiu ao trono e a Espanha foi reconduzida à democracia.
Adolfo Hitler
Adolf Hitler, ditador alemão, nasceu em 1889 na Áustria. Filho de Alois Hitler e Klara Poezl, alistou-se voluntariamente no exército bávaro no começo da Primeira Guerra Mundial. Tornou-se cabo e ganhou duas vezes a Cruz de Ferro por bravura. Depois da desmobilização do exército, Hitler associou-se a um pequeno grupo nacionalista, o Partido dos Trabalhadores Alemães, que mais tarde se tornou o Partido Nacional-Socialista Alemão (nazista). Em 1921, tornou-se líder dos nazistas e, dois anos mais tarde, organizou uma malograda insurreição, o "putsch" de Munique. Durante os meses que passou na prisão com Rudolph Hess, Hitler ditou o "Mein Kampf" (Minha Luta), um manifesto político no qual detalhou a necessidade alemã de se rearmar, empenhar-se na auto-suficiência econômica, suprimir o sindicalismo e o comunismo, e exterminar a minoria judaica. Em 1929, ganhou um grande fluxo de adeptos, de forma que, ajudado pela violência contra inimigos políticos, seu partido floresceu. Após o fracasso de sucessivos chanceleres, o presidente Hindenburg indicou Hitler como chefe do governo (1933). Hitler criou uma ditadura unipartidária e no ano seguinte eliminou seus rivais na "noite das facas longas". Com a morte de Hindenburg, ele assumiu o título de presidente do Reich Alemão. Começou então o rearmamento, ferindo o Tratado de Versalhes, reocupou a Renânia em 1936 e deu os primeiros passos para sua pretendida expansão do Terceiro Reich: a anexação com a Áustria em 1938 e a tomada da antiga Tchecoslováquia. O ditador firmou o pacto de não-agressão nazi-soviético com Stalin, a fim de invadir a Polônia, mas quebrou-o ao atacar a Rússia em
Benito Mussolini
Mussolini nasceu em 1883 e começou por se assumir como militante socialista para, depois da Primeira Grande Guerra, se converter a teses de extrema-direita e criar o Partido Fascista Italiano (1921), portador de uma ideologia autoritária e anti-parlamentar. O seu discurso, em que predominava o elogio da violência como forma de actuação decisiva e privilegiada na política, teve tradução concreta na actividade da sua milícia própria (os Fasci Italiani di Combattimento, que dão aliás origem ao nome do partido - fasci significa feixe, tendo o feixe sido um símbolo do poder dos cônsules romanos). É efectivamente no seguimento de uma política agressiva e à margem dos princípios e métodos parlamentares que alcança o poder, depois de uma Marcha sobre Roma (1922) que leva o rei a encarregá-lo de formar governo. Dirige o país durante algum tempo em difícil convivência com o Parlamento, mas assume plenos poderes logo em 1922 e proclama a ditadura três anos mais tarde. O regime que a partir desse momento implanta e fortalece é uma ditadura de partido único, apoiada em fortes milícias próprias, onde o poder parlamentar é substituído por um Conselho Fascista com atribuições meramente consultivas, os sindicatos são dominados por um regime corporativo e os partidos políticos são proibidos. A sua popularidade, granjeada por meio de um discurso populista e demagógico e a imposição da ordem nas ruas, dá-lhe uma certa estabilidade, apesar das dificuldades económicas e sociais que o país experimenta. Na política externa, após uma campanha de conquista contra a Abissínia, pela qual tenta reconstituir um império africano, alinha com a Alemanha hitleriana e o Japão imperial, apesar de saber que a Itália não se encontra em condições de suportar novo conflito; vê-se arrastado, como parceiro menor, para a Guerra Mundial (a segunda do século XX) que estala em 1939 e que irá pôr a ferro e fogo a Europa, a África e a Ásia, terminando com a derrota. Quando esta se aproxima, em plena contra-ofensiva aliada, os militares lançam um golpe de estado que depõe Mussolini, que é encarcerado e algum tempo depois libertado por pára-quedistas alemães. Enquanto os militares colocam a Itália ao lado dos Aliados e os alemães ocupam larga extensão da península italiana, Mussolini tenta manter no norte da Itália uma República Social (a República de Saló, do nome do local onde se instalou), que se aguenta algum tempo artificialmente, de acordo com as exigências da política de guerra da Alemanha. Mussolini não tem aí qualquer pode efectivo, acabando por se ver forçado a tentar a fuga, em condições desesperadas, perante o avanço dos Aliados e dos movimentos de resistência. Serão precisamente resistentes italianos que, em Maio de 1945, pouco antes do suicídio do seu aliado Adolf Hitler, o irão capturar e fuzilar sumariamente, vindo o seu cadáver a ser exposto publicamente e a ser alvo da ira popular.
CHARLES DE GAULLE
Após uma curta batalha, os alemães venceram o exército francês e seus aliados, em 1940, no início da Segunda Guerra Mundial. O país foi dividido. Uma parte ficou sob domínio direito dos alemães. A outra era uma ditadura do marechal Henri Phillipe Pétain, que transferiu a capital para Vichy, onde montou um governo conservador e aliado dos nazistas. Enquanto isso, em Londres, o general Charles de Gaulle lançou o movimento de resistência França Livre. De Gaulle era um oficial de prestígio e havido sido prisioneiro dos alemães na Primeira Guerra Mundial. Em 1940, foi nomeado general brigadeiro e, mais tarde, subsecretário de Estado no Ministério da Guerra. Os grupos de sabotagens e a rede de informações de inteligência militar comandados por de Gaulle foram vitais para a retomada da França pelos aliados. Aclamado herói de guerra, ele retornou à França em junho de 1944. Eleito presidente da República em 1945, não conseguiu maioria na Assembléia Nacional e renunciou em 1946. Do pós-guerra a 1958, o país, ainda devastado pelo conflito, mundial passou por governos instáveis e enfrentou revoltas das colônias na África. Em 1958, no auge da crise da Argélia, os militares pressionaram a Assembléia Nacional a convidar de Gaulle para elaborar uma nova Constituição, mais presidencialista. Nascia assim a 5ª. República Francesa. Eleito novamente presidente, em 1959, de Gaulle iniciou um governo forte, nacionalista e conservador. No entanto, negociou a independência da Argélia e enfrentou a oposição armada dos oficiais de direita do Exército. Além de reerguer a economia, ele desvinculou o comando militar da OTAN, a Organização do Tratado do Atlântico Norte, controlada pelos Estados Unidos. Assim, restabeleceu o poder político da França na Europa. Reelegeu-se presidente em 1965, mas foi superado pelas mudanças políticas. "Um estadista tem que ser determinado e tenaz, tem que ter o apoio de todas as forças de um grande país e manter um sólido sistema de alianças. Mas se não for capaz de entender as tendências de seu tempo, ele fracassará", disse. As revoltas estudantis de maio de 1968 foram o primeiro sinal de que seu estilo de governo conservador não era compatível com o novo panorama político francês, a evolução da democracia, os sindicatos e as greves. Renunciou em 1969, após ser derrotado no plebiscito (consulta popular) sobre uma reforma constitucional que pretendia fazer. Morreu aos 80 anos de idade.
FRANKLIN DELANO
Nascido
WINSTON CHURCIL
Nasceu no Palácio de Blenheim, em Woodstock, no Oxfordshire, em 30 de Novembro de 1874;
morreu em Londres em 24 de Janeiro de 1965.
Era filho de Lord Randolph Churchill e da sua mulher americana Jennie Jerome. Após ter acabado o curso na Academia Militar de Sandhurst e ter servido como oficial subalterno, de 1895 a 1899, no regimento de Hussardos n.º 4, foi correspondente de guerra em Cuba, na Índia e na África do Sul. Durante a guerra dos Boers, de quem foi prisioneiro, protagonizou uma fuga que o tornou mundialmente conhecido, e de que relatou as peripécias no seu livro De Londres a Ladysmith. Churchill entrou para a política como Conservador, tendo sido eleito deputado em 1900, mas em 1904 rompeu com o Partido devido à política social dos Conservadores.
Aderiu ao Partido Liberal e em 1906, tendo sido eleito deputado, foi convidado para o Governo, ocupando primeiro o cargo de Sub-Secretário de Estado para as Colónias, mais tarde, em 1908, a pasta de Presidente da Junta de Comércio (Board of Trade).Após as eleições de 1910 foi transferido para o Ministério do Interior, e finalmente foi nomeado, em Outubro de 1911, Primeiro Lorde do Almirantado, onde impôs uma política de reforço e modernização da Marinha de Guerra britânica.
Pediu a demissão em plena Primeira Guerra Mundial, devido ao falhanço da expedição britânica aos Dardanelos, na Turquia, de que tinha sido o principal promotor. Alistou-se no exército, e comandou um batalhão do regimento «Royal Scots Fusiliers» na frente ocidental. Regressou ao Parlamento em 1916, regressando a funções governamentais no último ano de guerra, como ministro das munições.
Após o fim da Primeira Guerra Mundial, Churchill foi-se tornando cada vez mais conservador, continuando a participar activamente na política, como Ministro da Guerra (1919-1921) e Ministro das Colónias (1921-1922) em governos liberais. Em 1924 regressou ao Partido Conservador, sendo nomeado Ministro das Finanças (1924-1929) no governo conservador de Stanley Baldwin. Não participou em nenhum governo, de 1929 a 1939, mas continuou a ser eleito para o Parlamento, onde advertiu incessantemente do perigo que Hitler representava para a Paz.
Em 1939 foi nomeado novamente Primeiro Lorde do Almirantado, e em 1940, no dia em que a Alemanha começou a ofensiva a Ocidente, invadindo a Holanda, a Bélgica, o Luxemburgo e a França, foi nomeado Primeiro Ministro. Fez com que o seu país resistisse às derrotas dessa Primavera de 1940, e ao desaparecimento de todos os seus aliados ocidentais, da Noruega à França, e dirigiu-o durante a Batalha de Inglaterra. Finalmente, aliado à União Soviética, desde o primeiro momento da invasão alemã, em Junho de 1941, e com o apoio e depois a participação activa dos Estados Unidos na guerra, acabou por vencer Hitler.
Mesmo antes do fim da guerra, sofreu uma derrota espectacular nas eleições de 1945, sendo o seu governo substituído pelos trabalhistas de Atlee. Voltou ao poder em 1951, sendo primeiro-ministro até 1955, ano em que pediu a demissão, devido a problemas de saúde.
José Estaline
Pode dizer-se que se tinha iniciado a sua lenta ascensão até ao cume do poder. Durante a revolução de 1917, Estaline não teve qualquer papel protagonista. Na polémica entre Lenine, partidário da acção revolucionária insurreccionista, e Zinoviev e Kamenev, opositores do insurreccionismo, Estaline decidiu-se por Lenine e chegou a fazer parte de um centro bolchevique de acção, que se juntou ao Comité Revolucionário presidido por Trotsky, criador do Exército Vermelho. A vitória bolchevique que valeu a Estaline ser nomeado comissário de nacionalidades, posto em que esteve cinco anos. A conduta de Estaline revela-se confusa durante a guerra civil que se seguiu à revolução bolchevique, se bem que o próprio Trotsky reconheça ter sido um soldado valente. Mas em Abril de 1922 dá um passo decisivo na sua carreira, já que no XI Congresso, o último presidido por Lenine, Estaline foi nomeado secretário-geral do partido. Não foi Estaline, mas Lenine, quem, contrariando os princípios da democracia socialista, fez bolchevique um partido único de sinal totalitário, sem qualquer liberdade de expressão e sem pluralismo partidário da classe trabalhadora. Este foi o aparelho herdado e não criado por Estaline no momento de entrar na luta para a sucessão de Lenine, quando este morreu em Janeiro de 1924. Apesar de ser essencialmente um político, Estaline escreveu o suficiente para encher 13 volumes com os seus discursos, informações, cartas, etc. Mesmo de forma teórica, abordou o leninismo, que definiu como a união do ímpeto russo com o activismo americano. Estaline defendeu a sua candidatura à sucessão de Lenine, apesar de ter sido deserdado pelo próprio Lenine. A confiança inicial que o levara a nomeá-lo secretário-geral do partido em 1922 tinha desaparecido. Por isso aconselhou no seu testamento que Estaline fosse substituído no secretariado geral porque, segundo as suas palavras, era um homem rude e com tendência a abusar do poder. Conhecia-o bem. Apesar de tudo, a estratégia para suceder a Lenine foi uma peça mestra e conspiração política. Com Lenine ainda vivo, em 1923, Estaline formou com Zinoviev e Kamenev, outros dois candidatos, um tiunvirato para destituir o herdeiro in pectore, Leon Trotsky. Pouco depois de morrer Lenine, Estaline minimizou o internacionalismo daquele a favor do socialismo de um país, e em 1Na XIV. Conferência do Partido apareceu Estaline ao lado da direita do partido, Bujarin, Rikov e Tomsky, ao mesmo tempo que os seus antigos triúnviros, Zinoviev e Kamenev, se juntaram a Trotsky. Em 1928-1929 vem o terceiro acto: Zinoviev, Kamenev, Trotsky e os seus partidários são expulsos do partido. E o acto final: Bujarin, Rikov e Tomsky têm a mesma sorte. Desembaraçado assim de todos os estorvos, expulsa Trotsky da Rússia em 1929 e fica só no topo do poder. Já ninguém lhe faz sombra. Nesse mesmo ano empreendeu uma gigantesca empresa, contra todos os pareceres: a industrialização da Rússia. Propunha-se corrigir numa década os cinquenta ou mais anos de atraso que levava em relação aos países industrializados. Claro, os sacrifícios e esforços foram imensos. Só em 1930, vinte e cinco milhões de camponeses foram transferidos das suas terras para os centros industriais. Em poucos anos passou-se do arado de madeira às granjas altamente mecanizadas. Os camponeses opuseram uma forte resistência, mas foram vencidos. Milhões deles terminaram nos campos de trabalho. Simultaneamente, Estaline levou a cabo a eliminação fisíca de todos os possíveis adversários e aspirantes à sua sucessão. Foi o capítulo sinistro das grandes purgas, em que os melhores cérebros e as melhores carreiras desapareceram com a justiça célebre do fiscal Vichinsky. Toda uma grande primeira geração revolucionária foi levada ao cadafalso, após confessar as maiores iniquidades inventadas por Estaline.925 afastou Trotsky da sucessão.
sexta-feira, 11 de dezembro de 2009
Umberto Boccioni
Auto-retrato
Formas Únicas de Continuidade no Espaço, 1913Pintor e escultor italiano nascido no dia 19 de Outubro de 1882, em Reggio di Calabria, e falecido no dia 16 de Agosto de 1916, em Sorte (Verona), em consequência de uma queda de cavalo durante manobras militares. Foi um dos representantes máximos do movimento futurista que defendia o progresso acidental, a máquina e o estilo de vida ruidoso e agitado da vida urbana. Em 1901 mudou-se para Roma para estudar acabando por fazer amizade com outros pintores pertencentes a este movimento. No início, mostrou-se interessado na pintura impressionista, principalmente na obra de Cézanne. Fez então algumas viagens a Paris, São Petersburgo e Milão. Regressando em 1910 entrou em contacto com Carrá, Russolo y Marinetti e um ano depois encontrava-se entre os autores do "Manifesto Futurista de Pintura", do qual foi um dos principais teóricos. Foi com a intenção de procurar as bases dessa nova estética que viajou para Paris, onde se encontrou com Picasso e Braque. Ao retornar, em 1912, publicou o "Manifesto Técnico da Pintura Futurista", no qual foram registados os princípios teóricos da arte futurista: condenação do passado, desprezo pela representação naturalista, indiferença em relação aos críticos de arte e rejeição dos conceitos de harmonia e bom gosto aplicados à pintura. Nesse mesmo ano participou da primeira exposição futurista mas as suas obras ainda deixavam transparecer a preocupação do artista com os conceitos propostos pelo cubismo.
A rua entra na casaOs retratos deformados pelas sobreposições de planos ainda não conseguiam expressar com clareza a sua concepção teórica. Um ano mais tarde, com sua obra Dinamismo de um Jogador de Futebol, Boccioni conseguiu finalmente fazer a representação do movimento por meio de cores e planos desordenados, como num pseudofotograma.Em 1911 inicia a sua actividade como escultor com obras menos numerosas que as suas pinturas mas mais livres e atrevidas e onde sempre afloram elementos neo-impressionistas, assim como por outro lado consegue um intercâmbio surpreendente entre o côncavo e o convexo, superando as experiências cubistas. Nas suas obras escultóricas, que combinam madeira, ferro e cristal, Boccioni pretende ilustrar a interacção que se estabelece entre um objecto em movimento e o espaço que o rodeia.Apesar de tudo, permaneceu sempre muito ligado a uma concepção romântica e tradicional do movimento e do quadro como janela. Em 1915 participou como voluntário na Primeira Guerra Mundial, e é nesta altura que começa a distanciar-se do futurismo, isto é, da velocidade e do dinamismo, aproximando-se de uma análise das imagens plásticas, isto é, dos volumes arredondados e mais estáticos, influenciado por Cézanne.
Futurismo
MARINETTI (Filippo Tommaso), escritor italiano (Alexandria, 1876 - Bellagio, 1944), iniciador do movimento futurista, cujo manifesto publicou no jornal parisiense Le Figaro (20 de fevereiro de 1909).Esta corrente nasceu em Itália e foi um movimento que se manifestou primeiramente na literatura para, mais tarde, se estender às artes plásticas, à arquitectura, à música, ao cinema, etc. O seu surgimento, datado de 1909, foi marcado pelo Manifesto Futurista do poeta Filippo Marinetti. Nesse texto, o autor apresentava como pontos fundamentais a recusa da harmonia e do bom gosto, do geometrismo intelectual dos cubistas, bem como do sensualismo cromático dos fauvistas, propondo uma nova poética que combatia qualquer forma ligada à tradição e fazia a exaltação da civilização industrial com tudo o que ela comportava – o movimento da máquina e da velocidade -, fazendo uma total assunção da sociedade moderna e industrial.«Os elementos essenciais da nossa poesia serão o valor, a ousadia e a rebelião. Declaramos que o esplendor do mundo se enriqueceu com uma nova beleza: a beleza da velocidade. Um automóvel de corridas é mais bonito que a Vitória de Samotrácia.»Marinetti, Primeiro Manifesto Futurista, 1909Características fundamentaisApologia da máquina, da velocidade, da luz e da própria sensação dinâmica;Libertação e exaltação das energias;Exaltação do presente, da velocidade e das formas dinâmicas produzidas pela civilização, reflectindo a vida moderna;Alternância de planos e sobreposição de imagens, ora fundidas, ora encadeadas, para dar a noção de velocidade e dinamismo;Arabescos contorcidos, linhas circulares emaranhadas, espirais e elipses;Geometrização dos planos em ângulo agudo, mais dinâmico, abolindo totalmente os ângulos rectos cubistas na organização espacial, permitindo a sugestão da fragmentação da luz;Cores muito contrastadas, em composições violentas e chocantes.
Georges Braque
13/5/1882, Argenteuil-sur-Seine, França31/8/1963, Paris, França Assim Braque definiu seu trabalho: "Amo a regra que corrige a emoção. Amo a emoção que corrige a regra". Junto com Pablo Picasso, ele inventou o cubismo, revolucionando a pintura.Georges Braque era filho e neto de pintores. Foi criado em Le Havre, ali, estudou na École des Beaux-Arts de 1897 a 1899.Mudou-se para Paris e estudou com um mestre decorador em 1901.Seu estilo inicial era impressionista. Entre 1902 e 1904, foi aluno da Academie Humbert, também em Paris. Lá, fez amizade com Marie Laurencin e Francis Picabia. Em 1907, depois de alguns meses em Antuérpia, participou de uma exposição do Salão dos Independentes (Paris), apresentando obras mais próximas do fauvismo.Fez sua primeira exposição individual em 1908. No ano seguinte, trabalhou com Picasso no desenvolvimento do cubismo.Violin and Candlestick Paris, (spring 1910) Em 1911, casou-se com Marcelle Lapré. Em 1912, Braque e Picasso começaram a incorporar em suas pinturas a técnica da colagem. A parceria duraria até 1914, quando estourou a Primeira Guerra Mundial e Braque, convocado, partiu para a frente de batalha. Em 1915, foi ferido em combate.Após a guerra, a obra de Braque foi adquirindo liberdade, tornando-se menos esquemática. Em 1922, expôs no Salão de Outono (Paris), o que lhe rendeu fama. Fez ainda a cenografia para dois balés de Sergei Diaghilev.Em 1925, mandou construir uma casa, chamando o arquiteto Auguste Perret (o mesmo do teatro dos Champs-Élysées). No fim da década, sua obra foi ficando mais realista.Em 1930, comprou casa de campo em Varengeville, na Normandia, onde passou a morar boa parte do tempo, usando seu ateliê de pintura e escultura. Em 1931, elaborou as primeiras gravuras e começou a utilizar motivos mitológicos. Sua pintura tornou-se então mais lírica.Em 1933, Braque realizou a primeira retrospectiva de peso, num museu da Basiléia (Suíça). Quatro anos depois, ganhou o primeiro prêmio na mostra Carnegie International, em Pittsburgh (EUA).Durante a Segunda Guerra Mundial, recolheu-se a Varengeville e trabalhou com litogravura, gravura em metal e escultura.A partir do fim da década de 1940, pintou pássaros, paisagens e marinhas. Em 1954, desenhou os vitrais da igreja de Varengeville e, em 1958, participou da Bienal de Veneza, que lhe dedicou uma sala especial.Nos últimos anos de vida, mesmo com problemas de saúde, Georges Braque continuou atuante, dedicando-se à pintura, à litografia e à joalheria.
Pablo Picasso
Pablo Diego José Francisco de Paula Juan Nepomuceno María de los Remedios Cipriano de la Santísima Trinidad Ruiz y Picasso, que depois de consagrado como pintor assinaria só com o apelido materno, nasceu em Málaga no seio de uma família vinculada à pintura. Foi na Corunha que começou os seus estudos de Belas-Artes, mas foi em Barcelona, para onde a famíla se mudou em 1895, que completou a sua formação e iniciou a sua carreira de pintor. Devido à excepcionalidade dos seus dotes artísticos, obteve uma menção honrosa em ciência e caridade (1897).Após este período, Picasso integra-se na boémia barcelonesa de fim de século, que era então um centro artístico de grande vitalidade. Frequenta a cervejaria de 4 Gats onde conhece todos os artistas catalães dessa época.Em 1900 viaja pela primeira vez a Paris e em 1901 faz a primeira exposição francesa. Instala-se em 1904 no mítico Bateau-Lavoir de MontMartre. Dividindo a sua obra entre Paris e Barcelona, passa a primeira fase da sua obra, os chamados Períodos Azul e Rosa que se prolongam até 1906.
Les demoiselles d'Avignon: Pablo PicassoEm 1906, o interesse pela escultura ibérica e pelas máscaras africanas do Museu de Trocadero remete para uma nova alteração das suas obras; é o ponto de viragem para o Cubismo. Este período desenvolve-se entre 1909 e 1914.No período entre guerras continua a aprofundar o cubismo, através da pintura, da collage e da escultura, regressando eventualmente a uma figuração classicista e mediterrânica. A Guerra Civil Espanhola impõe trouxe uma nova marcação na sua vida e obra.Em 1937, a viação alemã, aliada dos subelevados, bombardeia a cidade de Guernica, provocando um autêntico massacre da população civil.Após a 2.ª Guerra Mundial, Picasso instala-se no Sul de França, que visita desde os anos vinte.Período Azul e RosaEntre 1900 e 1906, coincidindo com a sua tomada de contacto com a cena artística francesa, Picasso inicia a primeira fase pessoal da sua carreira artística. O peso de Barcelona arte-novista ainda se nota em alguns quadros de ar decadente e simbolista, muito de acordo com o gosto da época. As figura de porte monumental sobre ssaiem sobre fundos monocromáticos em que predominam o azul e o rosa, que dão nome a estas duas fases.Não é fácil estabelecer a fronteira entre a época Azul e a Rosa, embora na primeira sejam mais frequentes os temas compassivos e desolados: mendigos, mães em que se adivinha a miséria, velhos decrépitos e tristezas interiores povoam estes quadros nos quais se aprecebe se precebe e inflência de Nonell e El Greco, cuja pintura começa a estar na moda no ínicio do século. Na época Rosa, em contrapartida, são frequentes os feirantes e artistas de circo, aos quais os pintores de Montmartre estavam muito apegados. Pela segunda vez, Picasso, ainda muito jovem mostra que é capaz de evoluir nele com desenvoltura antes de abandoná-lo para dar de novo um salto no vazio.CubismoEm alguns quadros da chamada época rosa Picasso mostrara o seu interesse pela solidez dos volumes. É evidente que por trás desta preocupação está a pintura de Cézanne. Se a isso acrescentarmos o exemplo de representação não imitativa da realidade que pôde contemplar na esculturta ibérica e especialmente nas estatuetas e máscaras africanas expostas no Museu de Trocadero, teremos todos os elementos que determinam a evolução da sua pintura em 1906, que culmina no ano seguinte em As Meninas de Avinhão.O quadro Tête de femme (ao lado) é também exemplo do período cubista.O Expressionismo na Guernica Para os artistas espanhóis residentes em Paris, como Miró ou o próprio Picasso, as décadas de 30 e 40 são uma etapa de emoção contínua devido à guerra civil e Segunda Guerra Mundial.A aviação alemã bombardeou Guernica em 26 de Abril de 1937, produzindo um verdadeiro massacre entre a população civil. Em 1 de Maio, Picasso recebe as primeiras informações e fotografias, que lhe causam tal impressão que em pouco mais de um mês tem o quadro acabado, depois de inúmeros esboços e estudos prévios.Uma série de figuras resumem emblematicamente o horror do acontecimento: o touro, o cavalo ferido - que simboliza o povo como vitíma inocente -, o guerreiro decapitado, o grito telúrico da mãe com o filho morto nos braços. Os processos utilizados na composição do espaço são de característica cubista, como o tratamento de muitas das figuras. A renúncia à cor tem também uma função expressiva. Nunca antes desde A Morte de Marat, de David, ou Os Massacres de Quios, de Delacroix, a pintura conseguira semelhante expressão do dramatismo contemporâneo com carácter universal.
Cubismo
Les demoiselles d'Avignon: Pablo Picasso
O Cubismo foi uma tendência artística moderna, surgida em 1906, segundo a qual, o quadro (ou escultura) devem ser considerados como factos plásticos independentes da imitação directa das formas da Natureza.
A denominação de Cubisme tem origem numa observação feita por Matisse junto de um quadro de uma paisagem de Georges Braque no Salão de Outono de 1908. Cézanne, que nunca renunciara completamente ao uso da perspectiva tradicional, nem a pintar de outro modo que não fosse a partir da Natureza, tinha como princípio que tudo na Natureza podia ser traduzido (abstraído) pelas formas geométricas básicas, como o cilindro, a esfera e o cone. Georges Braque inspirara-se neste princípio, para se exprimir no seu quadro, através de planos fortemente acusados e sem recorrer à técnica do modelado. Matisse referira-se a “petits cubes”, junto ao crítico de arte Louis Vauxcelles, que, viria a utilizar num artigo o termo Cubisme, pela primeira vez.
Pablo Picasso, por seu lado, havia pintado desde 1906/7, sob influência da Arte Negra, Les Demoiselles d’Avignon, uma pintura de simplificações violentas e elementares. (A Arte Negra havia sido descoberta por Maurice Vlaminck e propagandeada pelos Fauves.)
A Origem do Cubismo:
“Grupe du Bateau-Lavoir”, o grupo de artistas do Bateau-Lavoir (o lavadouro-flutuante) constituiu-se numa casa da praça Ravignan, em Paris, no bairro de Montmartre, tinha uma escadaria em madeira e no interior algumas particularidades que lhe valeram este nome.
Picasso tinha-a alugado desde 1904.
Picasso, Braque, Juan Gris, Max Jacob e Van Dongen habitaram esta casa onde se deu a invenção do Cubismo.
Fernand Leger juntou-se ao grupo em 1908.
De 1908 a 1914 aí se encontravam também os poetas e os artistas amigos de Guillaume Apollinaire. Guillaume Apollinaire, 1880/1918, foi um poeta e escritor francês que publicou revistas, livros e romances, e ensaios e críticas sobre pintura como les Peintres cubistes em 1913. Publicara em 1911, o “Cortège de Orphée”.
Apollinaire esteve á cabeça das vanguardas do cubismo literário e do cubismo artístico. Introduziu algumas audacias formais, como a supressão da pontuação nos seus poemas e adoptou curiosas disposições tipográficas. Viria a ser precursor do Surrealismo. É considerado o primeiro dos poetas modernos franceses, tendo as suas obras influenciado profundamente a poesia moderna.
Matisse
Mulher de Chapéu, de Matisse
Nascido Henri-Émile Benoît Matisse foi um destacado pintor, escultor e artista gráfico francês. Filho de Émile Hippolyte Matisse, um comerciante de grãos e de Anna Heloise Gerard, pintora de porcelanas.Formou-se em Direito, em 1887, mas não exerceu a função pois achava as leis um assunto um tanto entediante. Aos 22 anos, mudou-se para Paris para estudar arte e matriculou-se na Academie Julian, onde foi aluno de William-Adolphe Bouguereau, e depois no ateliê do pintor Gustave Moreau.Em 1894 nasceu sua filha Marguerite, fruto do relacionamento que teve com a modelo Caroline Joblau. Marguerite serviu como modelo para Matisse durante vários anos.Em 1898, aos 28 anos casa-se com Amélie Noellie Parayre que dá grande incentivo à sua vida artística. Desse casamento nascem dois filhos: Jean, em 1899 e Pierre, em 1900.
FauvismoDepois de anos de estudos, de 1900 a 1905 participou da mostra Salão dos Independentes e Salão de Outono, em Paris, e integrou o grupo dos pintores fauvistas que se caracterizava pela simplificação das formas, o uso das cores de forma aleatória e que não correspondiam à realidade, redução do nível de graduação das cores sem nuances, até o uso da cor pura, sem misturas. Predominava temas leves sem intenções críticas, a não ser a da representação. O fauvismo, derivado de "fauve" (animal selvagem) contou também com a participação de outros artistas, entre eles, André Derain, Maurice de Vlaminck, Raoul Dufy, , Henri Manguin, Albert Marquet, Jean Puy e Emile Othon Friesz.Em sua primeira fase, Matisse assumia claramente influências de , como na obra "Nu no Estúdio" (1898), onde, em pinceladas fortes, especialmente, a figura humana se destacava num fundo difuso. Mas assume também outras influências, como as de e , com a valorização da massa de cor como um elemento representativo da composição, tanto quanto o motivo representado e essa concepção que seria desenvolvida mais tarde, teria grande importância na sua arte. A partir de 1906 até 1912 empreende diversas viagens. Da Argélia volta influenciado pelo uso decorativo da arte islâmica e introduz o decorativismo na sua pintura. Viaja também para o Marrocos. Dessa época, as pinturas "Harmonia em Vermelho" (1908), "A Dança" (1909) e "A Música" (1910), se destacam pelo uso de cores fortes, movimento e linhas, além de florais decorativos.A partir daí passa a ser um artista bastante divulgado e considerado e a influenciar a arte de seu tempo, com um estilo que se caracterizava pelo uso de cores em tonalidades fortes, mas ao mesmo tempo, combatida por uma parcela da burguesia francesa apreciadora de arte, que a consideravam como uma diluição da arte. Matisse cria um estilo simplificado em que o uso da cor chapada, sem nuances, é limitada pelo traço e desaparecem os volumes. Para Matisse, o desenho, a cor e a composição eram uma síntese e nenhum dos três elementos se destacariam, mas formavam um todo.Matisse e desenvolvem, a partir de 1907, uma estreita relação de amizade que duraria até a velhice dos dois, e freqüentemente trocavam quadros entre si. Essa amizade também revelou uma sutil competição entre os dois artistas.
Os "papiers collés"Em 1920 mudou-se para Nice, e passou a pintar quadros de grande riqueza cromática como na série das Odaliscas, em que aparecem mulheres semivestidas com roupas exóticas, em ambientes decorados, com flores. Exemplo disso são as telas "Odaliscas com Magnólias" (1924) e "Duas Odaliscas" (1928). A sensualidade feminina passa a ter grande importância e presença na sua obra.Quando em 1930, o uso da tinta óleo se tornou proibido, por problemas de saúde, começou a trabalhar com recortes de papel, técnica que continuou praticando até o fim da vida. Passa a usar também o carvão, como em "Tete de Femme" (1931). Nessa época, o trabalho de Matisse torna-se cada vez mais arte gráfica, em contraposição a arte plástica. Exemplo disso é a técnica de "papiers collés", como ilustrações do livro Jazz (1947) e a série "Nu bleu" (1952), papel pintado a guache, recortado e colado. Exerceu atividades de desenhista e ilustrador, com destaques para a edição de Poesies de Stephane Mallarme (1932), Ulisses, de (1935) e Les Fleurs du Mal, de (1944), usando a técnica da água-forte, xilografia e litografia.Em 1941 é vítima de câncer e operado passa depender de uma cadeira de rodas para se locomover.Entre 1948 e 1951 dedicou-se à decoração da capela do Rosário em Saint-Paul, perto de Vence, no sul da França. Matisse, concebeu todos os detalhes, dos vitrais ao mobiliário, onde pode desenvolver a sua concepção religiosa das formas, com a presença dos florais em arabescos nos vitais. Ficou tão satisfeito com o resultado desse trabalho que, apesar de tudo o que realizou, passou a considerá-lo como a sua melhor obra.Nesse ano de 1948 é apresentada uma retrospectiva de seu trabalho no Museu da Arte Moderna, de Nova York.A colagem "Tristeza do Rei" (1952) na técnica de "papiers collés" é uma das suas últimas obras. Nela, a figura do rei, em negro com uma viola entre as mãos, seria a tristeza do próprio Matisse, adoentado, preso a uma carreira de rodas, desde 1941 e que viria a falecer em 3 de novembro de 1954, de ataque cardíaco, aos 84 anos de idade.
quinta-feira, 10 de dezembro de 2009
Fauvismo
O Campo de Marte, de Marc Chagall
Esta corrente, Fauvismo, constituiu a primeira vaga de assalto da arte moderna propriamente dita. Em 1905, em Paris, no Salon d’Automne, ao entrar na sala onde estavam expostas obras de autores pouco conhecidos, Henri Matisse, Georges Rouault, André Derain, Maurice de Vlaminck, entre outros, o crítico Louis de Vauxcelles julgou-se entre as feras (fauves).As telas que se encontravam na sala eram, de facto, estranhas, selvagens: uma exuberância da cor, aplicada aparentemente de forma arbitrária, tornava as obras chocantes. Caracteriza-se pela importância que é dada à cor pura, sendo a linha apenas um marco diferenciador de cada uma das formas apresentadas. A técnica consiste em fazer desaparecer o desenho sob violentos jactos de cor, de luz, de sol.
Características fundamentais
Primado da cor sobre as formas: a cor é vista como um meio de expressão íntimo;Desenvolve-se em grandes manchas de cor que delimitam planos, onde a ilusão da terceira dimensão se perde;A cor aparece pura, sem sombreados, fazendo salientar os contrastes, com pinceladas directas e emotivas;Autonomiza-se do real, pois a arte deve reflectir a verdade inerente, que deve desenvencilhar-se da aparência exterior do objecto;A temática não é relevante, não tendo qualquer conotação social, política ou outra.Os planos de cor estão divididos, no rosto, por uma risca verde. Do lado esquerdo, a face amarela destaca-se mais do fundo vermelho, enquanto que a outra metade, mais rosada, se planifica e retrai para o nível do fundo em cor verde. Paralelos semelhantes podemos ainda encontrar na relação entre o vestido vermelho e as cores utilizadas no fundo.A obra de arte nasce, por isso, autónoma em relação ao objecto que a motivou.dos temas mais característicos do autor, onde sobressaem os padrões decorativos.A linguagem é plana, as cores são alegres, vivas e brilhantes, perfeitamente harmonizadas, não simulando profundidade, em total respeito pela bidimensionalidade da tela.A cor é o elemento dominante de todo o rosto. Esta é aplicada de forma violenta, intuitiva, em pinceladas grossas, empastadas e espontâneas, emprestando ao conjunto uma rudeza e agressividade juvenis.Estudo dos efeitos de diferentes luminosidades, anulando ou distinguindo efeitos de profundidade.
Edvard Munch
Edvard Munch foi um importante artista plástico norueguês. É considerado, por muitos estudiosos das artes plásticas, como um dos artistas que iniciaram o expressionismo na Alemanha.- Edvard Munch nasceu na cidade de Løten (Noruega) em 12 de dezembro de 1863.- Teve uma vida familiar muito conturbada, pois sua mãe e uma irmã morreram quando Munch ainda era jovem. Uma outra irmã tinha problemas mentais. O pai de Munch tinha uma vida marcada pelo fanatismo religioso. Para complicar, Munch ficou muito doente durante a infância.- Já adulto, começou a apresentar um quadro psicológico conturbado e conflituoso. Alguns estudiosos afirmam que Munch, provavelmente, possuia transtorno bipolar.- Munch estudou artes plásticas no Liceu de Artes e Ofícios da cidade de Oslo (capital da Noruega).- Em 1885, viajou para Paris onde entrou em contato com vários movimentos artísticos. Ficou muito atraído pela arte de Paul Gauguin.- Entre os anos de 1892 e 1908 viveu na cidade de Berlim (Alemanha).- Em 1892 participou de uma exposição artística em Berlim. Porém, a mesma foi cancelada em função do grande choque que provocou na sociedade alemã.- Em 1893, pintou sua obra de arte de maior importância: O Grito. Esta obra tornou-se um dos símbolos do expressionismo.- Em 1896, começou a fazer gravuras e apresentou várias inovações nesta técnica artística.- Em 1908, voltou para a Noruega para viver em seu país natal definitivamente.- No final da década de 1930 e início da década de 1940 passou por uma forte decepção. O governo nazista ordenou a retirada de todas as obras de arte de Munch dos museus da Alemanha por considerá-las esteticamente imperfeitas e por não valorizar a cultura alemã.- Munch morreu em 23 de janeiro de 1944, na cidade de Ekely (próximo a Oslo).Estilo artístico- Abordagem de temas relacionados aos sentimentos e tragédias humanas (angústia, morte, depressão, saudade).- Pintura de imagens desfiguradas, passando uma sensação de angústia e desespero.- Forte expressividade no rosto das personagens retratadas.- Pintura de figuras marcadas por fortes atitudes.Principais obras de Munch:- Spring Day on Karl Johan (1891)- Evening on Karl Johan (1892)- Melancolia (1892)- A Voz (1892)- O Grito (1893)- Vampira (1893-94)- Anxiety (1894)- A Madona (1894-1895)- Jealousy (1895)- Puberdade (1895)- Self-Portrait with Burning Cigarette (1895)- A menina doente (1895-1896)- Lady From the Sea (1896)- A dança da vida (1899-1900)- A Morte da Mãe (1899-1900)- Meninas
Expressionismo
ExpressionismoO Grito: Edvard MunchO Expressionismo designa um movimento cultural que se manifestou nos mais diversos campos artísticos como as artes visuais, o teatro, a literatura e o cinema. Nas artes plásticas (pintura, escultura, fotografia) e na arquitectura, esta tendência, de dimensão internacional desenvolveu-se a partir dos finais do século XIX, tendo conhecido uma importante expansão na Alemanha, no contexto de angústia e de agitação social que antecedeu a Primeira Guerra Mundial.O Expressionismo apresentou-se em oposição tanto ao sentido cientista do Impressionismo como à vocação decorativa da Arte Nova e caracteriza-se pela procura de formas artísticas que exprimissem mais livre e subjectivamente os sentimentos do artista em relação à realidade. Os quadros tornaram-se o retrato intenso de emoções, transmitidas através de cores violentas e de pinceladas vincadas e as esculturas apresentavam formas agressivas, modelações vincadas e texturas rudes.As primeiras manifestações que se podem considerar precursoras do movimento expressionista datam de meados de 1880. Entre estas contam-se as obras do pintor holandês Vincent Van Gogh, marcante pelo uso intenso dos valores cromáticos e texturais, e do francês Toulouse-Lautrec, nomeadamente pelos temas abordados e pela liberdade e espontaneidade do desenho. Os pintores Edvard Munch, expoente do Expressionismo nórdico, e James Ensor representaram outro momento de afirmação dos fundamentos da estética expressionista, como temas dramáticos e obcessivos e pela violência das fomas e da cor.Todas estas referências vão cruzar-se no contexto artístico da Alemanha de inícios do século, encontrando eco em artistas que procuram afirmar novos caminhos.A primeira corrente organizada dentro no interior do movimento expressionista foi o grupo Die Brücke (A Ponte), formado em Dresden em 1905, por Ernst-Ludwig Kirchner, Karl Schmidt-Rottluff, Emil Nolde (1867-1956) e Max Pechstein (1881-1955) entre outros, com objectivo de agregar as várias tendências de vanguarda, rejeitando o academismo, o Impressionismo, o Jugendstil e a Secessão. Procurava, através de uma expressão directa, emotiva e muitas vezes violenta, a representação da realidade social e política desse período.Mais tarde, em 1912, é formado em Munique o grupo Der Blaue Reiter (O cavaleiro azul) pelos pintores Wassily Kandinsky e Franz Marc, que reúne um vasto número de artistas alemães, suíços e russos, constituindo um novo período de afirmação do Expressionismo, mais ligado às manifestações do inconsciente e à atenção aos valores cromáticos e formais.A corrente Nova Objectividade (Die Neue Sachlichkeit ) formada no período entre as duas guerras mundiais, num clima de intensos problemas sociais e de desilusão e decadência de determinadas formas da cultura e da civilização ocidental, assumiu a recuperação e o ressurgimento do Expressionismo, após a interrupação ditada pela Primeira Guerra Mundial. Teve com protagonistas os pintores Otto Dix (1891-1969), George Grosz (1893-1959) e Max Beckmann (1884-1950), cujos trabalhos denunciam uma atitude eminentemente satírica e de crítica social.A expansão internacional do Expressionismo acentua-se precisamente nesta altura, destacando-se os trabalhos de artistas como Oskar Kokoschka (1886-1980) e Arnold Schoenberg (1874-1951) na Áustria, e de Georges Rouault (1871-1958) e Chaïm Soutine (1894-1943), em França.A pintura expressionista foi uma das principais precursoras do movimento do Expressionismo Abstracto e do Informalismo, surgidos respectivamente nos Estados Unidos da América e na Europa nas décadas de quarenta e cinquenta.A escultura expressionista foi grandemente impulsionada pela obra do francês Auguste Rodin. De facto, um dos principais representantes deste movimento no campo da escultura foi Antoine Bourdelle (1861-1929), um dos discípulos do mestre francês. Destacam-se ainda alguns trabalhos do americano Jacob Epstein (1880-1959) e do alemão Ernst Barlach (1870-1938), representando geralmente figuras humanas de carácter maciço, às quais imprimem diferentes tipos de distorção e uma modelação livre e intencionalmente imperfeita.